Mas fique certa, Mãe, que eu não te deixarei nunca. Sairei do teu coração aqueles poucos instantes, que são necessários para a consagração do Pão e do Vinho, para voltar em seguida, depois de ter-me separado de ti com esforço, com uma ânsia de amor equiparada à tua, ó meu Céu vivo de quem Eu sou o Céu.
Não estaremos jamais tão unidos como de agora em diante. Antes havia a minha incapacidade embrional, depois a minha infância, depois a luta da vida e do trabalho, e depois a missão, e depois a Cruz e o Sepulcro, que me mantinham distante e impedido de dizer-te quanto te amo. Mas agora serei em ti não apenas criatura que se forma, não mais junto a ti entre os obstáculos do mundo que impede a fusão de dois que se amam. Agora estarei em ti como Deus, e nada, nada na terra e no Céu será capaz de separar-me de ti, tu de Mim, Mãe santa. Direi a ti palavras de inefável amor, darei carícias de inexprimível doçura. E tu me amarás por quem não me ama.
Oh! Tu plenificas a medida do amor que o mundo não dará ao Cristo, com teu amor perfeito, Mamãe. Por isso, mais que um adeus, a minha é uma saudação de quem sai por um momento, como se fosse colher rosas e lírios neste jardim florido. Mas te trarei do Céu rosas e outros lírios mais belos que estes que aqui floriram. Plenificarei o teu coração, Mamãe, para fazer-te esquecer a podridão da terra, que não quer ser santa, e antecipar-te a auréola do bem-aventurado paraíso, onde és esperada com tanto amor.
E o Amor, que não sabe esperar, virá sobre ti dentro de dez dias. Faze-te bela, com tua mais bela alegria, ó Mãe Virgem, que o teu Esposo vem. O inverno já passou… as vinhas em flor exalam o seu perfume, e Ele canta: “Vem, ó toda bela. Vem, ó minha Esposa, serás coroada.” Ele te coroará com seu Fogo, ó Santa, e te fará feliz com o teu Espírito, que se infundirá em ti com todos os seus esplendores, ó Rainha da Sabedoria, sua Rainha, que soubeste compreendê-lo desde a manhã de tua vida e amá-lo como criatura no mundo jamais o amou.