Assim fala de José de Arimateia, definindo-o “homem justo e verdadeiro israelita.” Ele diz:
– Não ousa dizer, porque teme o Sinédrio, do qual faz parte, e que já te odeia, que espera em Ti, o Predito pelos Profetas. Por sua própria iniciativa, pediu-me para vir aqui conhecer-te e ver o que por si mesmo pode pensar de Ti, pois não lhe parece justo o que os teus inimigos diziam de Ti… Até da Galileia vieram alguns fariseus para te acusarem de pecado. Mas José se pronunciou assim: “Quem faz milagres, tem Deus consigo. Quem tem Deus, não pode estar em pecado. Ao contrário, não pode ser outro, senão alguém a quem Deus ama.” E gostaria de ver-Te em Arimateia em sua casa. Mandou que Te dissesse isto. E eu te peço, escuta o pedido meu e dele.
– Vim para os pobres e os sofredores da alma e do corpo, mais do que para os poderosos, que veem em Mim somente um objeto de interesse. Mas irei à casa do José. Não tomei partido contra os poderosos. Um dos meus discípulos — aquele que por curiosidade e pela importância que arroga a si mesmo, foi até à tua casa sem ordem minha… mas é jovem, e por isso é desculpado — pode testemunhar o meu respeito pelas classes poderosas, que se autoproclamam “as tutoras da Lei” dando a entender que são sustentadoras do Altíssimo. Oh! O Eterno por si próprio se sustém. Nenhum dos doutores jamais teve o respeito que Eu tive para com os oficiais do Templo.
– Eu sei disso como sabem muitos outros… Mas somente os melhores dão a este ato o nome certo. Os outros… o chamam de “hipocrisia.”
– Cada um dá o que tem em si, Lázaro.
– É verdade. Mas, vai à casa de José. Ele te quereria lá no próximo sábado.
– E Eu irei. Podes mandar dizer-lhe isto.