Chegam ao povoado de Jafa, e o atravessam até o outro lado, sem que nenhum cidadão mostre desejo de acompanhar o Mestre ou de detê-lo.
Continuam depois, e os apóstolos estão inquietos, por causa da indiferença do lugar. Jesus procura acalmá-los.
O vale continua na direção oeste, e mostra lá no fim um outro povoado, situado junto à base de um outro monte.
Também este povoado, que eu ouço ser chamado de Meraba, está indiferente. Só alguns meninos se aproximam dos apóstolos, enquanto estão apanhando a água, que jorra de uma fonte límpida, ao lado de uma casa. Jesus os acaricia, perguntando-lhes os seus nomes, e os meninos perguntam o dele e quem é Ele, para onde vai, e que faz. Aproxima-se também um mendigo meio cego, já velho, encurvado, e estende a mão para receber a esmola, que de fato recebe.
A marcha recomeça com a subida de uma colina, que interrompe o vale e no qual ela despeja as águas dos seus pequenos riachos, agora reduzidas a uns fios d’água, ou somente a umas pedras queimadas pelo sol. Mas a estrada é boa, aberta a princípio por entre bosques de oliveira, e depois de outras plantas, que entrecruzam os seus ramos, formando uma galeria verde sobre a estrada. Chegam ao alto da colina, que é coroada por um sussurrante bosque de freixos, se não me engano. E lá eles se assentam para descansar e tomar algum alimento. E, com o alimento e o descanso, também gozam do prazer para as suas vistas, porque o panorama é muito bonito, com a cordilheira do Carmelo à esquerda de quem olha para o oeste, e no lugar onde termina a mesma cordilheira do Carmelo, aparece uma cordilheira muito verde, onde podem ser vistos todos os tons mais belos do verde. Aí vê-se o cintilar do mar, um mar aberto, sem fim, que se estende como pano agitado por leves ondinhas, que se movem para o norte, indo lavar as praias da ponta do promontório formado pela última ramificação do Carmelo, e sobem no rumo de Ptolomaida e de outras cidades, até se perderem de vista, em uma fina neblina, para os lados da Siro Fenícia. Mas não se vê o mar do lado sul do promontório do Carmelo, porque a cordilheira, mais alta do que a colina que nela se encontra, nos esconde a vista dele daqui.
Passam as horas à sombra e à beira roçagante do bosque bem arejado. Uns dormem, outros falam em voz baixa, outros estão olhando. João se afasta dos companheiros, indo para o ponto mais alto possível, a fim de poder enxergar mais. Jesus vai pôr-se sozinho em um ponto de vegetação mais densa, para lá orar e meditar. As mulheres, por sua vez, retiraram-se lá para trás da cortina de uma ondulante madressilva, toda florida, e lá elas estão se refrescando em uma pequenina nascente, reduzida agora a um fio d’água, e que forma na terra um pequenino charco, sem chegar a formar um rio. Depois, as de mais idade já adormeceram, cansadas, enquanto a Virgem Maria, com Marta e Susana, conversam sobre suas casas, que estão longe, e Maria diz que gostaria de ter aquela bela moita, toda florida, para servir de veste à sua pequena gruta.