– E agradaram-me muito as suas últimas palavras. Não é verdade, Mestre, que ele falou como um sábio? –diz Tiago de Zebedeu.
– Eu digo que ele falou como um santo! –exclama Tomé.
– É verdade. E Eu levarei em conta o seu desejo –responde Jesus.
– Mas, que foi que ele disse, afinal? Eu estava fora com João, pois tínhamos ido dizer à mãe do Miguel que se lembrasse de fazer o que o Mestre mandou, e eu não estou sabendo de que é que se trata –diz Iscariotes.
– Ele disse assim: “Senhor, se Tu passares pelo povoado de minha nora, dize-lhe que eu não conservo rancor dela, e que estou contente por não ser mais um abandonado, para que assim seja menos rigoroso para ela o julgamento de Deus. Dize-lhe que faça que os netos cresçam na fé do Messias, pois assim eu os terei comigo no Céu, e, logo que eu estiver na paz, rezarei por eles e por sua salvação.” E Eu o direi. Irei procurar a mulher, e lho direi, pois isso é bom –diz Jesus.
– Não disse nenhuma palavra de repreensão! Pelo contrário, ele se julga feliz porque, não estando mais morrendo de fome, nem abandonado, ainda diminui o pecado da mulher. É uma coisa admirável!
–observa Tiago do Alfeu.
– Mas aos olhos de Deus diminuirá mesmo a culpa da nora? Isso é para se saber! –diz Judas de Alfeu.
Os pareceres são conflitantes. Mateus se volta para Jesus:
– Que achas, Mestre? As coisas ficarão como estavam antes, ou mudarão?
– Mudarão…
– Estás vendo como eu tenho razão? –diz, triunfante, Tomé.
Mas Jesus faz um sinal para que o deixem falar, e diz:
– Mudarão para o velho, tanto no Céu, como na terra, por causa da doçura e da mansidão dele. Para a mulher, não mudarão. A culpa dela continua e está gritando diante dos olhos de Deus. Somente se ela se arrependesse, é que se poderia mudar o seu julgamento severo. E Eu lhe direi isso.